por Nicollas Conti*
E não culpado por não saber o que me tornar
Tudo está coberto em neblina
Todos parecem tão confiantes
Aguardam sentados, rindo sem parar
Reunidos na mesa de jantar
Eu me sento
Há uma hipocrisia no ar
E eu engulo
Rasga a faringe
Às vezes o ácido estomacal não dá conta
E o vômito sai
Em palavras
E eles se assustam
A verdade dói
A minha verdade
Eu os queria assustados?
Oh, droga é a neblina
Fora embora
Me mostra cada olhar,
Familiar,
Que desaprova a dúvida e os retalhos
E mostra quem eles são
Desfigurados
Me levanto da mesa de jantar.
Um dia
Queria eu ser como eles
E não ter de pensar
Ó Deus, não ter de pensar.
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*Nicollas Conti é rico, bem-sucedido, feliz e acima de tudo, mentiroso. Mas acha que essa é a principal característica de um poeta. Ensina desenvolvimento pessoal para as pessoas, e é quem mais aprende com isso. Tem uma insaciável curiosidade acerca do universo, tanto o de fora quanto o de dentro. Gosta de filhotes de morcego e açaí na tigela. Nicollas escreve toda segunda-feira.